A exposição coletiva “Histórias afro-atlânticas” reúne, em iniciativa inédita, duas das principais instituições culturais de São Paulo: o Instituto Tomie Ohtake e o MASP. Trata-se de um desdobramento da exposição “Histórias mestiças”, realizada em 2014, no Instituto, por Adriano Pedrosa e Lilia Schwarcz, que também assinam a curadoria desta nova mostra, junto com Ayrson Heráclito e Hélio Menezes, curadores convidados, e Tomás Toledo, curador assistente.
“Histórias afro-atlânticas” apresenta cerca de 400 obras de mais de 200 artistas, tanto do acervo do MASP, quanto de coleções brasileiras e internacionais, incluindo desenhos, pinturas, esculturas, filmes, vídeos, instalações e fotografias, além de documentos e publicações, de arte africana, europeia, latino e norte-americana, caribenha, entre outras. Os empréstimos foram cedidos por algumas das principais coleções particulares, museus e instituições culturais do mundo. Entre elas, destacam-se: Metropolitan Museum, Nova York, J. Paul Getty Museum, Los Angeles, National Gallery of Art, Washington, Menil Collection, Houston, Galleria degli Uffizi, Florença, Musée du quai Branly, Paris, National Portrait Gallery, Londres, Victoria and Albert Museum, Londres, National Gallery of Denmark (SMK), Copenhague, Museo Nacional de Bellas Artes de La Habana e National Gallery of Jamaica.
A exposição articula-se em torno de núcleos temáticos, alguns dos quais presentes em “Histórias mestiças”. No Instituto Tomie Ohtake estão Emancipações; Ativismos e resistências; e no MASP estão presentes os núcleos Mapas e margens; Cotidiana; Ritos e Ritmos; Retratos; Modernismos afro-atlânticos; Rotas e transes: Áfricas, Jamaica, Bahia. . Em cada núcleo, friccionam-se diferentes movimentos artísticos, geografias, temporalidades e materialidades, sem compromisso cronológico, enciclopédico ou mesmo retrospectivo. Histórias afro-atlânticas busca, assim, oferecer um panorama das múltiplas histórias possíveis acerca das trocas bilaterais – culturais, simbólicas, artísticas, etc. – representadas em imagens vindas da África, da Europa, das Américas e do Caribe.
É importante ressaltar que o Brasil é um território chave nessas histórias, pois recebeu cerca de 40% dos africanos que, ao longo de mais de 300 anos, foram tirados de seus países para serem escravizados desse lado do Atlântico (número correspondente ao dobro dos portugueses que se estabeleceram no país para colonizá-lo). De maneira bastante perversa, o Brasil foi também o último país a abolir oficialmente a escravidão, em 1888, por meio da Lei Áurea, que completa 130 anos em maio deste ano.
NÚCLEOS INSTITUTO TOMIE OHTAKE
EMANCIPAÇÕES -- este núcleo pretende mostrar como, por parte dos cativos e cativas, a escravização foi sempre entendida como um momento transitório, antecedente à libertação. A representação da escravidão, assim, está diretamente associada a revoltas, insurreições e formação de quilombos, ou seja, ao seu par binário e inseparável: a luta pela liberdade.
ATIVISMOS E RESISTÊNCIAS -- ser mestre de si, desobedecer a oficialidade, é o mote que inspira este núcleo, tomando como exemplo as instabilidades e revoltas oriundas do Haiti, primeiro país a abolir a escravidão. Pretende, assim, pôr em diálogo diferentes temporalidades e geografias de ativismos afro-atlânticos, dando especial atenção às práticas de resistência à escravidão, às lutas por direitos civis e de combate ao racismo, aos rituais religiosos e às contra-narrativas de empoderamento e formação de espaços de sociabilidade negra.
NÚCLEOS MASP: Mapas e margens, Vida cotidiana, Festas e religiões, Retratos, Modernismos afro-atlânticos, rotas e transes: África, Jamaica, Bahia.
entrevistas
Entrevista com o curador Hélio Menezes, por Theo Monteiro
Entrevista com a curadora Lilia Schwarcz, por Theo Monteiro
PROGRAMAÇÃO paralela
O Instituto Tomie Ohtake oferece uma série de atividades gratuitas ligadas à exposição, voltadas a todos os públicos.
VISITAS MEDIADAS
até 19/10 | quartas, quintas e sextas | das 10h às 12h e das 14h às 16h
Mediadas por educadores, as visitas incluem uma conversa na exposição seguida de atividade poética em ateliê.
Inscrições encerradas até o fim da exposição.
VISITAS E OFICINAS MEDIADAS EM LIBRAS
quintas |às 11h e às 15h | até 18/10
Visitas e oficinas em Libras com a educadora Isadora Borges.
Inscreva-se AQUI
AGOSTO
EXPERIÊNCIAS EM MEDIAÇÃO
21/7 a 20/10 | quintas, às 18h | sábados, às 16h
Visitas e práticas de caráter experimental, desenvolvidas a partir de pesquisas dos educadores do Instituto Tomie Ohtake.
Identidade Alteridade, com Bruno Coltro Ferrari
Sábado, às 16 horas: 11/08
As mulheres negras em imagens e narrativas afro-atlânticas, com Jordana Braz
Quinta, às 18h: 23/08
20 pessoas | Xs interessadxs podem se inscrever para os encontros clicando na data de interesse.
Amplitudes: Podcast aberto, com Pedro Costa
Sábado, às 16h: 25/08
Espaço ativo - Discutindo sobre as poéticas das margens do Museu, com Julia Cavazzini e Lucia Abreu Machado
Quintas, às 18h: 02/08, 16/08, 30/08 e 13/09
15 pessoas | Xs interessadxs podem se inscrever para os encontros clicando na data de interesse.
Inscreva-se AQUI
CONVERSA COM ARTISTAS
Mesas de discussão compostas por artistas participantes da exposição.
● 14/8 (terça, 19h): Tatewaki Nio, Mídia NINJA e Mauricio Simonetti, Jaime Lauriano. Mediação: Theo Monteiro
PERCURSOS & DIÁLOGOS ENTRE PROFESSORES
Atividades formativas para professores, educadores e assistentes sociais, estruturadas por diversos encontros de caráter prático e teórico. Inscrições e mais informações pelo site institutotomieohtake.org.br
● 18/8 | 11h às 17h: Visita à exposição e lançamento da publicação educativa
Lançamento da Publicação Educativa realizada com professores para a exposição Histórias Afro-Atlânticas com debate e prática sobre o material. Também será lançado o livro Mediações Acessíveis, com uma conversa sobre acessibilidade.
Faça o download da publicação Mediações Acessíveis AQUI
PROGRAMAÇÃO ESPECIAL| VIRADA SUSTENTÁVEL
E EU NÃO SOU UMA MULHER?
24 a 26/8 | às 19h
Série de performances com artistas que dialogam com as questões da negritude feminina.
● 24/8 (sexta): Michelle Mattiuzzi
● 25/8 (sábado): Priscila Rezende e Renata Felinto
● 26/8 (domingo): Luciane Ramos Silva
CINEFACHADA
24 a 26/8 | às 20h
Não é segredo dizer que curtas-metragens dirigidos por negros ou abocanharam os principais prêmios nos festivais brasileiros em 2017 ou foram as obras no formato mais discutidas ao longo de todo ano. Dentro desse recorte, a participação de mulheres negras diretoras é vigorosa. Nos últimos três anos a discussão racial tem perpassado o campo do cinema não apenas no que se refere à representação – quem está na tela? –, mas também à representatividade – quem filmou a imagem que chegou à tela? É impossível pensar a próxima década de cinema brasileiro sem atentar para a agência do olhar: quem a detém e a quais corpos ela tem sido historicamente negada? Esta edição do Cinefachada joga luzes na produção recente em curta-metragem das mulheres negras diretoras. Os três programas apresentam uma multiplicidade de abordagens, mantendo um diálogo indireto com os recortes propostos pela exposição Histórias Afro-Atlânticas.
● 24/8 (sexta): Sample, direção de Ana Julia Travia | Peripatético, direção de Jéssica Queiroz | Experimentando o vermelho em dilúvio, direção de Michelle Mattiuzzi
● 25/8 (sábado): Casca de Baobá, direção de Mariana Luiza | Travessia, direção de Safira Moreira | Nome de Batismo – Alice, direção de Tila Chitunda
● 26/8 (domingo): Monga, retrato de café, direção de Everlane Moraes | Maria, direção de Elen Linth | A boneca e o silêncio, direção de Carol Rodrigues
SARAU-SHOW: MUTUM
24/8 (sexta) às 21h30
Mutum é um show que une música e poesia. É uma pesquisa no campo do afeto em busca da possibilidade do tal "amor universal". O espetáculo trata das conexões e desconexões, da intolerância e da empatia, fala de sorriso, liberdade, sexo, cafuné, das batalhas cotidianas, esperança, discriminações, paixão... São poesias, músicas, recitadas e cantadas, que respiram junto à plateia durante 1h30. É um show com clima interativo, que abraça, sacode e encoraja a voar. Em três anos de apresentações, já se apresentou em diversos lugares, dentro e fora de São Paulo.
SETEMBRO
EXPERIÊNCIAS EM MEDIAÇÃO
Visitas e práticas de caráter experimental, desenvolvidas a partir de pesquisas dos educadores do Instituto Tomie Ohtake.
Identidade Alteridade, com Bruno Coltro Ferrari
Sábado, às 16 horas: 08/09
As mulheres negras em imagens e narrativas afro-atlânticas, com Jordana Braz
Quinta, às 18h: 06/09
20 pessoas | Xs interessadxs podem se inscrever para os encontros clicando na data de interesse.
Amplitudes: Podcast aberto, com Pedro Costa
Quintas, às 18h: 27/09
Espaço ativo - Discutindo sobre as poéticas das margens do Museu, com Julia Cavazzini e Lucia Abreu Machado
Quintas, às 18h: 02/08, 16/08, 30/08 e 13/09
15 pessoas | Xs interessadxs podem se inscrever para os encontros clicando na data de interesse.
Inscreva-se AQUI
Trocas afro-atlânticas: recontando histórias, com Luara Carvalho
Sábado, às 16h: 22/09
PERCURSOS & DIÁLOGOS ENTRE PROFESSORES
Atividades formativas para professores, educadores e assistentes sociais, estruturadas por diversos encontros de caráter prático e teórico. Inscrições e mais informações pelo site institutotomieohtake.org.br
● 1/9 | 11h às 17h: Conversa com Rosana Paulino e Mediações 1 - subjetividades e narrativas
● 15/9 | 11h às 17h: Conversa com Lilia Schwarcz e Hélio Menezes e Mediações 2 - experimentação de dispositivos de mediação
● 29/9 | 11h às 17h: Conversa sobre práticas de racismo nas escolas, com Adriana Vasconcellos e Mediações 3 - experiências pedagógicas, com Luiz Fernando Costa. Inscreva-se AQUI
VISITAS E OFICINAS MULTISSENSORIAIS
11/9 a 2/10 | terças | às 15h
Ações sensoriais para todas as idades, contemplando públicos com diversidades funcionais. Inscrições pelo site institutotomieohtake.org.br
ONDE ESTÃO XS NEGRXS?
18 a 20/9 | às 19h
Convidadxs discutem a presença e atuação dxs negrxs em diversos campos da sociedade.
● 18/9 (terça, às 19h): Salloma Salomão, Allan da Rosa, Nabor Jr. e Daniel Lima. Mediação: Hélio Menezes
● 19/9 (quarta, às 19h): Erica Malunguinho, Daniel Teixeira e Joice Berth. Mediação: Jordana Braz
● 20/9 (quinta, às 19h): Elisa Lucinda, José Fernando Peixoto de Azevedo e Ana Maria Gonçalves. Mediação: Lilia Schwarcz
APRESENTAÇÃO DA ORQUESTRA INSTITUTO GPA
23/9 | às 17h30
Regência: Daniel Misiuk
Direção artística: Renata Jaffé
OUTUBRO
EXPERIÊNCIAS EM MEDIAÇÃO
21/7 a 20/10 | quintas, às 18h | sábados, às 16h
Visitas e práticas de caráter experimental, desenvolvidas a partir de pesquisas dos educadores do Instituto Tomie Ohtake.
Amplitudes: Podcast aberto, com Pedro Costa
Quintas, às 18h: 11/10
Trocas afro-atlânticas: recontando histórias, com Luara Carvalho
Quinta, às 18h: 04/10
Caminhos do erro: encontros poéticos entre corpo e mundo, com Emol
Quinta, às 17 horas: 18/10
CONVERSAS EM FLUXO
2 a 3/10 | às 19h
Simpósio composto por mestrandos e doutorandos que apresentam suas pesquisas sobre as novas narrativas afro-atlânticas com Alexandre Araújo Bispo, Daniela Vieira, Edson Ikê, Emiliano David, Marilea Almeida e Natália Neris.
CORO ACADÊMICO DA OSESP
5/10 | às 17h
Regência: Marcos Thadeu
Seleção de spirituals e outras obras.
APRESENTAÇÃO DO BALÉ DA CIDADE: ASAS PARA VOAR - ILLUMINATIONS
20 e 21/10 | 18h
O Balé da Cidade de São Paulo, em seu cinquentenário, inicia uma colaboração com o Instituto Tomie Ohtake: interação que se efetua respondendo à exposição Histórias Afro-atlânticas.