De 6 Abril a 19 Maio 2013
De Paris ao Rio de Janeiro e de lá a São Paulo: o Instituto Tomie Ohtake recebe a Coleção Itaú de Fotografia Brasileira. Com curadoria de Eder Chiodetto e produção do Itaú Cultural em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, a exposição apresenta 91 obras em um recorte do acervo de imagens fotográficas do Banco Itaú do final da década de 1940 até hoje estabelecendo um espelhamento lúdico entre obras modernistas e contemporâneas.
A diversidade e dimensão desse acervo permitiu ao curador selecionar obras ainda não exibidas nas duas mostras anteriores e criar novas relações de linguagem entre elas, imprimindo um novo conceito para esta edição. “O processo curatorial mantém a essência de pesquisar a ressonância da fotografia modernista experimental, praticada com ênfase entre os anos 1940 e 1960, na fotografia contemporânea brasileira”, observa Chiodetto. “A exposição contém obras que ilustram os dois períodos, mostrados lado a lado, para instigar a leitura conceitual e estética e ilustrar como o período modernista ressoa na produção contemporânea”, completa.
Nas palavras dele, esta mostra não segue uma cronologia para estabelecer um espelhamento lúdico, evidenciando as relações formais e uma atitude libertária diante da representação fotográfica presentes nos dois períodos. O conjunto de obras está dividido em dois espaços. O primeiro apresenta trabalhos que enfocam a paisagem urbana – tendo a arquitetura modernista da Escola Paulista como um ícone – e o homem marcando mais claramente as conexões e os desdobramentos estéticos e conceituais que ligam a produção dos fotógrafos modernos aos autores contemporâneos.
Entre a produção modernista e a contemporânea há um vácuo na produção experimental que coincide, não por acaso, com o período da ditadura militar (1964 - 1985). Foram raros os artistas que utilizaram a fotografia para experimentar novos limites da linguagem. Entre eles, destacam-se as séries Para um Jovem de Brilhante Futuro, de Carlos Zílio (Rio de Janeiro, RJ 1944), e Viagem pelo Fantástico, de Boris Kossoy (São Paulo, SP, 1941), que fazem analogia aos tempos da ditadura.