E para que Poetas em Tempo de Pobreza? Cinepoemas de Carlos Adriano
18 junho a 28 julho 2019


O Instituto Tomie Ohtake traz pela primeira vez ao público brasileiro uma compilação única da produção singular de Carlos Adriano, em formato de exposição, com curadoria de Priscyla Gomes. "E para que Poetas em Tempo de Pobreza? Cinepoemas de Carlos Adriano" acontece no ano em que se completa trinta anos da exibição do primeiro filme do cineasta paulistano.

 

Exímio pesquisador, Adriano tem por método mergulhar em arquivos à procura de registros cinematográficos. A estes documentos descobertos em arquivos, ele mescla outros da sua vida pessoal, bem como excertos da cinematografia brasileira e internacional escolhidos criteriosamente pelos olhos atentos de um profundo conhecedor. Seus cinepoemas são, portanto, reapropriações cinematográficas de arquivo, um procedimento denominado found footage, termo que em tradução livre seria “trecho de filme encontrado”. Adriano é o principal expoente no Brasil de filmes neste gênero, sendo sua obra reconhecida internacionalmente. Seus mais de dez curtas e seu longa-metragem já foram exibidos em festivais e mostras no Brasil e no exterior, em cidades como Nova York, Chicago (EUA), Bilbao (Espanha), Bologna (Itália), Paris (França) e Roterdã (Holanda).

 

A exposição traz um recorte de produções recentes do cineasta focado em sua série “Sem Título”. Em “sem título # 3: E para que Poetas em Tempo de Pobreza?”, produzido entre 2015 e 2016, que dá título à exposição, estão reunidas entrevistas com poetas e cineastas como o catalão Joan Brossa, o francês Jean Cocteau, o italiano Pier Paolo Pasolini, além de Ezra Pound, Giuseppe Ungaretti, entre outros, mesclando suas imagens e depoimentos com a de refugiados sírios. Destacam-se ainda na exposição “sem título # 4: Apesar dos Pesares, na Chuva Há de Cantares” (2017-2018), com cenas de diversos filmes ressignificados por trilhas sonoras como a da cena clássica de “Singin' in the Rain” (1952) com Gene Kelly dançando na chuva; e “sem título # 5: A Rotina terá seu Enquanto” (2018-2019), que levou em 2019 o prêmio de Melhor Curta Metragem no 24º Festival É Tudo Verdade. Composto por imagens, sons e trilha sonora extraídos de “A Rotina tem seu Encanto” (1962), último filme do cineasta Yasujiro Ozu, o cinepoema de Adriano é um verdadeiro manifesto às sutilezas dos gestos cotidianos.



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