José Bechara - Repertório para aproximação de suspensos



De 6 agosto a 22 setembro 2013 

Nesta segunda exposição de José Bechara no Instituto Tomie Ohtake, o artista apresenta trabalhos inéditos e que, mais do que isso, representam uma quebra radical dentro do que vinha produzindo, ou mesmo no rumo das investigações gerais no âmbito da produção pictórica/tridimensional. 

Conforme aponta o Núcleo de Pesquisa e Curadoria (NPC) do Instituto Tomie Ohtake, diversamente do que apresentou em sua primeira exposição – uma instalação formada pelo acúmulo de móveis, acompanhada por um conjunto de pinturas realizadas sobre lonas de caminhão oxidadas –, dessa vez Bechara traz obras confeccionadas em vidro, e de modo bastante singular. Com uma nova série de trabalhos de grande formato, construídos em vidros planos, a pintura confunde-se com escultura para, através de transparências, reflexos e refrações, envolver arquitetura e espectador, num jogo permeado por relações e descobertas ocorridas a cada passo, conforme a proximidade com cada trabalho. 




Encostadas ao longo das paredes e nos cantos formados por elas estão os “Suspensos”. Para o NPC, o termo poderia ser construções e tratá-las como pinturas equivaleria a reduzir seu alcance, enquanto defini-las como esculturas seria não compreender o modo que elas se servem do espaço circundante, espaço que aqui compreende tanto a arquitetura quanto a atmosfera. 

Lançando mão de cor e placas de vidro, sombras e reflexos, manchas e desenhos que o artista marca diretamente na parede, a matéria prima do trabalho prolonga-se pelas transparências, superposição de planos, fragilidade, peso e equilíbrio. Além desses seis trabalhos, como referência de suas pesquisas anteriores, desenvolvidas e aprofundadas nos últimos anos em concomitância com esses achados, uma grande escultura de metal. 

Por fim, o NPC do Instituto lembra que toda essa novidade tem um pé em referências históricas. “Em arte, como em qualquer outra prática humana, ninguém sai do zero. Vladimir Tatlin, Lazlo Moholy-Nagy, Mies Van der Rohe, Dan Graham, Waltercio Caldas são alguns dos protagonistas da arte moderna e contemporânea que podem ser entrevistos nos reflexos e espectros dessas obras. Todos eles potencializados por essa conquista de José Bechara”. 


  


josé bechara   

José Bechara nasceu no Rio de Janeiro em 1957, onde trabalha e reside. Estudou, na EAV – Escola de Artes Visuais do Parque Lage, localizada na mesma cidade. Iniciou sua carreira artística em 1991 e desde então mantém intensa agenda expositiva no Brasil, Europa e Estados Unidos. O artista participou da 25a Bienal de São Paulo; 29a Panorama da Arte Brasileira; 5a Bienal Internacional do MERCOSUL; Trienal de Arquitetura de Lisboa de 2011 e das mostras “Caminhos do Contemporâneo” e “Os 90” no Paço Imperial do Rio de Janeiro. Realizou exposições individuais e coletivas em instituições como Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro; Culturgest, Portugal; MEIAC, Espanha; Instituto Valenciano de Arte Moderna, Espanha; MAM Rio; MAC Paraná; MAM Bahia; MAC Niterói; Instituto Tomie Ohtake, São Paulo; Museu Vale,Vila Velha; Haus der Kilturen der Welt, Alemanha; Ludwing Forum Fur Intl Kunst, Alemanha; Kunst Museum, Alemanha; Centro Cultural São Paulo; ASU Art Museum, Estados Unidos; Museo Patio Herreriano, Espanha; MARCO de Vigo, Espanha; Carpe Diem Arte e Pesquisa, Portugal; Musee Bozar, Bélgica; Museu Casa das Onze Janelas, Belém do Pará etc.


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