Karin Lambrecht - Entre nós uma passagem

Abertura: 22 novembro 2018
Visitação prorrogada: até 10 de março 2019

Com Karin Lambrecht, o Instituto Tomie Ohtake dá prosseguimento ao projeto “Nossas Artistas”, uma sequência de mostras individuais dedicadas a mulheres que fizeram e fazem a história da arte brasileira. Iniciado em 2016, com “I love you baby”, de Leda Catunda, vencedora do Prêmio Bravo de melhor exposição individual do ano, agora o programa contempla a obra da pintora gaúcha, também egressa da geração 80.

 

Com curadoria de Paulo Miyada, a mostra reúne obras de diferentes momentos da carreira de Lambrecht: desde alguns desenhos realizados do início dos anos 1990 até pinturas mais recentes, que constituem a maior parte da seleção. “Trata-se de uma oportunidade para gradualmente imergir no universo visual e reflexivo de uma artista singular na nossa arte, cuja obra oferece uma densa alternativa ao frenesi do consumo de imagens descartáveis que caracteriza os tempos vigentes”, comenta o curador. 

 

As telas da artista sugerem particular interesse pelo transcendental, pelo espiritual e pelas religiões a partir de uma paleta obstinada em auscultar a natureza da linguagem dos mais diversos materiais. Além das tintas, outros substratos pictóricos ocupam a superfície de suas pinturas, como ouro, mel, lona, cera de abelha, terra, grafite, linho, pigmento e pastel.  Segundo Miyada, a simples ampliação de recursos para além da trivial “tinta a óleo sobre tela” não seria digna de nota não fosse pela clareza e pelo escrúpulo com que cada matéria atua no campo pictórico. “Mesmo que não seja sempre óbvio qual o material utilizado pela artista, é sempre possível distinguir quais signos, texturas, cores e formas correspondem a recursos distintos, manipulados com uma gestualidade adequada a sua dureza, peso e maleabilidade. O princípio de acumulação dessas substâncias não é, portanto, o da mistura indiferenciada, mas sim o da articulação de órgãos em um organismo visual”.

 

A exposição constrói propositalmente um percurso. O primeiro núcleo de trabalhos é constituído por sete pinturas realizadas entre 1990 e 2013 dispostas sob visibilidade tênue, resultante praticamente dos rebatimentos da luz. Ao ultrapassar este ambiente, o visitante adentra uma clareira como uma ampla nave de fundo semicircular, onde a iluminação é projetada de tal forma que a resplandecência parece nascer das 17 pinturas suspensas, concebidas de 1990 a 2018. “No vértice entre o desejo de saber e a necessidade de crer, alguém imagina uma clareira de silêncio”, escreve Miyada.

 

Na sessão final da exposição, ao atravessar uma cortina de voil, o espectador depara-se com um ambiente claro e branco ocupado por cadernos, desenhos e pequenas pinturas da artista.  Um conjunto de temas, palavras e símbolos que refletem a escala íntima do contato com as obras.

“As próprias pinturas, desenhos e cadernos de Karin Lambrecht almejam ser laço e passagem. Presenças imanentes, quer dizer, materialidades que se inserem na experiência possível e compartilhável. Evocações suprassensíveis, ou seja, chamados à contemplação de aspectos invisíveis da existência humana”, conclui o curador.

 

Karin Lambrecht (1957, Porto Alegre. Vive e trabalha em Porto Alegre.), graduou-se em desenho e gravura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mudando-se logo em seguida para a Alemanha, onde realizou parte significativa de sua formação como pintora. No retorno ao Brasil, participou das ações desenvolvidas no Espaço N.O., das artistas Ana Torrano e Vera Chaves Barcellos; integrou a importante exposição “Como vai você, Geração 80?” (Parque Lage, 1984) e dedicou sua produção a realizar uma pintura que borra as fronteiras entre a colagem, o trabalho escultórico e a performance. De caráter sentimental e espiritual, sua produção lida com questões de espiritualidade, acerca da vida e da morte e aplica o texto de maneira simbólica.


PROGRAMAÇÃO DO PROJETO "NOSSAS ARTISTAS"

Por ocasião da exposição “Karin Lambrecht – Entre nós uma passagem”, artista gaúcha que dá continuidade ao programa “Nossas Artistas”, o Instituto Tomie Ohtake realiza uma programação especial voltada a discutir os espaços que as mulheres ocupam hoje - da cultura a outros âmbitos da sociedade.

 

Toda a programação é gratuita.



DEZEMBRO

Conversas na exposição Karin Lambrecht

Visitas abertas na exposição Karin Lambrecht | Entre nós uma passagem com as educadoras do Instituto Tomie Ohtake. Com duração de 1 hora, esses encontros exploram as potencialidades do trabalho da artista, como também estimula a troca das experiências e conhecimentos trazidos pelo público.

 

Sábado | 8 de dezembro

16 horas

 

Quarta-feira | 12 de dezembro

18 horas

 

Sem inscrição prévia | máximo de 20 pessoas

 

 

JANEIRO

Ateliê intensivo de Pintura com Ana Prata

Uma imersão de 10 horas, durante um final de semana, no ateliê do Instituto Tomie Ohtake, na qual xs participantes contarão com espaço e recursos materiais para exercitar a prática da pintura sob a orientação da artista Ana Prata, que por meio de diálogos e intervenções estimulará o desenvolvimento de novas possibilidades a partir dos caminhos de cada praticante. 

Ana Prata (Sete Lagoas – MG, 1980, vive e trabalha em São Paulo) é graduada em Artes Plásticas pela Universidade de São Paulo, desenvolveu sua pesquisa em pintura desde o começo de sua trajetória, buscando abrir seu campo de experimentação nesta mídia. A Artista participou da 33a Bienal de São Paulo em 2018. Realizou individuais em galerias, como na Galeria Millan em São Paulo, e PippyHouldsworthGallery em Londres, e participou de mostras no Instituto Tomie Ohtake - SP, IMS - RJ, CCSP, Festival Video Brasil - SP, MAC- SP, BeijingMinshengArtMuseum entre outras. Em 2011, participou da residência artística Red Bull HouseofArt, em São Paulo, e em 2016 da ResidencyUnlimited, em Nova York. Foi uma das indicadas ao Prêmio Pipa 2017 e 2018. 

 

sábado e domingo | 19 e 20 de janeiro

11h às 16h

15 vagas, a partir de 16 anos

Inscrições na página da atividade.


No Colo, propostas artísticas para bebês


A partir de abordagem multissensorial, bebês de até 18 meses e seus acompanhantes são convidados a participar da atividade. Inspirada nas obras da exposição da artista Karin Lambrecht, a proposta é acompanhada por uma paisagem sonora multi-instrumental.

 

Diana Tubenchlak é arte/educadora, consultora, pesquisadora e mestra em Artes. Idealiza e desenvolve as ações do "No Colo - atividades para bebês e famílias", no Instituto Tomie Ohtake, e de "Embalada: arte com bebês" em diversos espaços. Realiza cursos para professores e palestras em instituições culturais e educacionais.


Terça-feira | 22 de janeiro
10h30 às 12h
18 vagas

Inscreva-se na página da atividade



Oficina de bordado em lettering para iniciantes, com Clube das Miçangas

Serão ensinadas combinações de pontos variados para contorno e preenchimento, assim como dicas de acabamentos. Cada participante produzirá o bordado de um lettering. Não é preciso ter conhecimento prévio em bordado e os materiais serão fornecidos pela organização.

O CLUBE DAS MIÇANGAS

Um dos 20 proponentes selecionados pelo 1º Prêmio de Design Instituto Tomie Ohtake Leroy Merlin, o Clube das Miçangas é um coletivo de compartilhamento de conhecimentos manuais que surgiu em 2016 em Porto Alegre.


Quinta-feira | 24 de janeiro
10h30 às 13h30
20 vagas

Inscrições na página da atividade ou pelo aplicativo do Clube das Miçangas.



FEVEREIRO


Conversas na exposição Karin Lambrecht

Visitas abertas na exposição Karin Lambrecht | Entre nós uma passagem com as educadoras do Instituto Tomie Ohtake. Com duração de 1 hora, esses encontros exploram as potencialidades do trabalho da artista, como também estimula a troca das experiências e conhecimentos trazidos pelo público.

 

Sábado | 2 de fevereiro

16 horas

 

Quarta-feira | 6 de fevereiro

18 horas

 

Sem inscrição prévia | máximo de 20 pessoas


Debate: Arte e Feminismo: Perspectivas Históricas

Questões relativas à inserção, identidade e representatividade da mulher no campo artístico serão discutidas partindo de alguns questionamentos: de que forma a arte coloca-se como um importante modo de produção de conhecimento sobre o universo feminino? Qual a visibilidade dada às artistas mulheres ao longo da história? Quais cargos vinculados à gestão e diretoria de museus têm sido ocupados por mulheres? Como as artistas vêm ganhando espaço nos contextos artísticos?

 

Ana Paula Simioni

Doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo (2004) e docente do Instituto de Estudos Brasileiros na mesma universidade, é também líder do grupo de pesquisa sobre "Arte e poder no Brasil". É autora do livro “Profissão Artista: Pintoras e Escultoras Acadêmicas Brasileiras”, editado pela Edusp. Em 2015, realizou a curadoria da Exposição "Mulheres Artistas: as pioneiras (1880-1930)", na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

Valéria Piccoli

Curadora-chefe da Pinacoteca do Estado de São Paulo. É graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, onde também concluiu seu mestrado e doutorado. Dedica-se a pesquisas sobre arte no Brasil no século 19, com especial ênfase na produção dos artistas viajantes europeus que passaram pelo país neste período. Colaborou recentemente com a exposição Mulheres Radicais: arte latino-americana, 1960-1985, exposição histórica acerca da representatividade feminina nas artes.

 

Laura Erber

Escritora, ensaísta, artista visual e professora do Departamento de Teoria do Teatro da Unirio. Formou-se em Letras, com doutorado em literatura pela PUC-Rio, e foi escritora em residência na Akademie Schloss Solitude de Stuttgart e no Pen Center de Antuérpia. Publicou contos e ensaios em diversas revistas e tem quatro livros de poesia, entre eles Insones (7Letras, 2002) e Os corpos e os dias (Editora de Cultura, 2008), finalista do Prêmio Jabuti na categoria Poesia. É autora também de Ghérasim Luca (Eduerj).

 

Mediação:

Priscyla Gomes

Curadora associada do Instituto Tomie Ohtake, é membro do Núcleo de Pesquisa e Curadoria da instituição. Arquiteta e urbanista formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, onde concluiu seu Mestrado em Teoria e História das Artes.

 

Quinta-feira | 7 de fevereiro

19h

Sem inscrição prévia | Sujeito à lotação



No Colo, propostas artísticas para bebês


A partir de abordagem multissensorial bebês de até 18 meses e seus acompanhantes são convidados a participar de atividades inspiradas nas obras da exposição da artista Karin Lambrecht. A proposta com pigmentos é acompanhada por uma paisagem sonora e mão na massa. Importante vir com roupa tranquila para colorir e agasalho, pois as salas de exposição tem ar condicionado. Atividade ministrada por Diana Tubenchlak. 

Diana Tubenchlak é arte/educadora, consultora, pesquisadora e mestra em Artes. Idealiza e desenvolve as ações do "No Colo - atividades para bebês e famílias",  no Instituto Tomie Ohtake e de "Embalada: arte com bebês" em diversos espaços. Realiza cursos para professores e palestras em instituições culturais e educacionais.


Sábado | 9 de fevereiro
10h30 às 12h
18 vagas

Inscrições abertas a partir do dia 5 de fevereiro, na página da atividade 
ou por telefone no (11) 2245-1937 (opção apenas para pessoas com deficiência visual). 



Debate: Festival Mulheres do Mundo: Cultura e Ativismo

O Festival trouxe diferentes vozes ao Rio de Janeiro em novembro de 2018. Maira Gabriel Anhorn trará suas experiências na Redes da Maré e no Festival, fazendo um balanço das conversas e possíveis caminhos futuros.

 

O Festival Mulheres do Mundo é inspirado no WOW – o Women of the World Festival, um movimento global lançado em 2010 pela diretora e produtora britânica Jude Kelly. Em 2016, Jude Kelly visitou a Redes da Maré, para conhecer a Casa das Mulheres da Maré, espaço dedicado a estimular o protagonismo político de meninas e mulheres. A partir deste encontro, iniciou-se uma parceria entre o Festival e a Redes da Maré com o desafio de reunir as vozes, experiências e ideias das mulheres do Rio de Janeiro, com toda a sua diversidade.

 

Maira Gabriel Anhorn (1983) 

Formada em Ciências Políticas pelo Institut d'Etudes Politiques de Paris, Master Políticas Culturais. Desde 2011 trabalha na Redes da Maré nos Eixos Arte e Cultura e Desenvolvimento Territorial. Foi coordenadora da Escola Livre de Dança da Maré (2011-2013) e do Centro de Artes da Maré (2013-2014) e, atualmente acompanha projetos com mulheres (Casa das Mulheres da Maré) e jovens. No Festival Mulheres do Mundo Wow Rio (2018) foi assistente da Eliana Sousa Silva participando das reflexões em torno da curadoria, metodologia, parcerias e mobilização para o Festival.

 

Mediação:

Priscyla Gomes

Curadora associada do Instituto Tomie Ohtake, é membro do Núcleo de Pesquisa e Curadoria da instituição. Arquiteta e urbanista formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, onde concluiu seu Mestrado em Teoria e História das Artes.

 

Sábado | 9 de fevereiro

17h às 18h

Sem inscrição prévia | Sujeito à lotação


Debate: Caminhos atuais: Lideranças femininas na Cultura 

O debate traz mulheres que atuam diretamente na gestão de espaços, coletivos e demais iniciativas culturais com lideranças femininas com o intuito de discutir a inserção feminina em diversos campos, mapear atuações e colocar pesquisadoras, artistas, ativistas, entre outras profissionais, em diálogo sobre suas produções.


Adriana Barbosa

Presidenta do Instituto Feira Preta e sócia da produtora cultural Pretamultimídia. Formada em gestão de eventos com especialização em gestão cultural pelo CELACC–USP. Idealizadora da Feira Preta, um empreendimento econômico-cultural com caráter étnico criado em 2012. Maior feira de cultura negra da América Latina, a Feira Preta é o espelho vivo das tendências afro-contemporâneas do mercado e das artes, além de ser o espaço ideal para valorizar iniciativas afro-empreendedoras de diversos segmentos. Em 2012 foi uma das primeiras representantes da América Latina a participar do programa Global Women's Leadership Network (GWLN) da Santa Clara University, nos EUA. Recebeu um prêmio por estar na lista dos 51 negros com menos de 40 anos mais influentes do mundo em 2017, título dado pelo Most Influential People of African Descent, o MIPAD, um órgão que reconhece pessoas que mudam o mundo.

Renata Machado 'Aratykyra'

'Aratykyra'  é da etnia Tupinambá. É jornalista, roteirista, produtora, poeta e cofundadora da rádio Yandê, primeira web rádio indígena brasileira.


Roberta Estrela D’Alva

É atriz-MC, diretora, diretora musical, pesquisadora, slammer. Membro fundadora do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e do coletivo transdisciplinar Frente 3 de Fevereiro. Juntamente com Tatiana Lohmman dirigiu o documentário "SLAM - Voz de Levante", contemplado com o prêmio especial do júri e o prêmio de melhor direção de documentário no 19º Festival do Rio (Rio de Janeiro International Film Festival).


Mediação: Luciara Ribeiro

Educadora, pesquisadora e curadora independente. Interessa-se por questões relacionadas à descolonização da educação e das artes e pelo estudo das Artes não-ocidentais, em especial as Africanas, Afro-brasileiras e Ameríndias. É mestra em História da Arte pela Universidade de Salamanca (USAL, Espanha, 2018) e atualmente realiza o seu segundo mestrado, no Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Universidade Federal de São Paulo.


Sábado | 9 de fevereiro
18h às 20h

Sem inscrição prévia | Sujeito a lotação



Pocket Show com Brisa Flow - Selvagem como o vento


“Selvagem como o vento

Segue o baile

Segue o som

Que o medo não paralise o movimento”

 

Vento, sinônimo de Brisa e selvagem também. O disco “Selvagem como o vento” foi construído em cima dessa fluidez do vento. As letras falam de continuar se movimentando, sobre ficar vivo e junto como uma forma de resistência, e são inspiradas nas artes que alimentaram e alimentam Brisa Flow. “Selvagem como o vento” é reflexo de alguém que não aceitou que domesticassem seu amor e sua arte. 

 

Brisa de La Cordillera Flow

Cantora chilena/brasileira que mistura sua levada latina com rap, eletrônico e neo/soul. A artista, mais conhecida como Brisa Flow, justifica o vulgo por ter uma musicalidade livre que flui com suas composições que sonorizam temas relacionados à vivência das mulheres e à desigualdade social presente na América Latina.

 

Sábado | 9 de fevereiro
20h

Sem inscrição prévia | Sujeito à lotação

 





     

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