De 19 de fevereiro a 17 de abril de 2022.
De terça a domingo, das 11h às 20h. Entrada franca.
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Lucas Arruda: Lugar sem lugar
Entre o devaneio e a tatilidade da aplicação da tinta, evidencia-se a habilidade extraordinária do pintor e sua incansável experimentação pictórica para além da pintura. (Lilian Tone, curadora).
A exposição Lucas Arruda: Lugar Sem Lugar, chega agora a São Paulo depois de sua exibição na Fundação Iberê, em Porto Alegre. Com curadoria de Lilian Tone, a mostra apresenta um conjunto de 15 anos de produção, de 2008, início de sua carreira, aos dias atuais, 2022. Além das consagradas pinturas que tensionam os limites entre o figurativo e o abstrato, Arruda apresenta suas incursões em vídeo e instalação, nas quais desdobram-se suas pesquisas acerca da luminosidade e da percepção. Essa iteração incluirá Quatro Dias e Quatro Noites (2018), projeção de 81 slides pintados à mão, atualmente cedida em comodato à Fundação Beyeler na Suíça.
Lucas Arruda
Sem título (da série Chiesa), 2010
Óleo e cera sobre tela
24 x 30 cm
Coleção Andrea e José Olympio Pereira
Foto: Everton Ballardin
Lucas Arruda
Tudo azul e o céu desbotado, 2008
Óleo e cera sobre tela
40 x 50 cm
Coleção Fernanda Lopes
Foto: Beatriz Toledo
Segundo a curadora, Lucas Arruda vem há mais de 10 anos depurando de maneira quase ritualística um mesmo tema: a paisagem como construção do olhar. "Suas pinturas nos permitem ver, ao mesmo tempo, um pouco além da abstração e antes da figuração”. Camadas de tinta sobrepostas, escovadas, arranhadas, as obras invocam o gênero paisagem usando por vezes tão somente a sugestão de uma linha de horizonte. “É ela, afinal, que constitui o recurso fundamental dessa tradição pictórica, uma espécie de menor denominador comum da composição paisagística, já que, como espectadores, tendemos a atribuir sentido a qualquer marquinha num espaço aberto, a imediatamente interpretar uma linha horizontal como um horizonte, a enxergar nuvens nas mudanças de direção de pinceladas, a ver um chão de terra numa camada grossa de impasto”, completa Tone.
Lucas Arruda
Sem título, 2008
Óleo e cera sobre tela
17 x 22 cm
Cortesia do Artista
Foto: Everton Ballardin
Lucas Arruda
Sem título, 2008
Óleo e cera sobre tela
15 x 18 cm
Cortesia do Artista
Foto: Everton Ballardin
Na seleção apresentada no Instituto Tomie Ohtake predominam pinturas de pequeno e médio formato que, agora exibidas lado a lado, permitem uma imersão silenciosa em suas tênues diferenças. Das ambiências mais soturnas às mais solares, emergem acontecimentos como auroras e delicados arco-íris em composições que observadores diferentes já associaram a produções tão diversas quanto as de William Turner, de Giorgio Morandi e de Miguel Bakun.
Sobre o artista
Lucas Arruda nasceu em 1983 em São Paulo, onde vive e trabalha. Formou-se em Artes Plásticas na Universidade Santa Marcelina, também na cidade de São Paulo. Sua pesquisa, com caráter existencial, se desenvolve em torno da manifestação da paisagem, pensando e experimentando nossa capacidade de refletir pela mediação da luz e do horizonte. Através de pinturas, projeções de slides, filmes e instalações de luz, seus trabalhos existem no ponto de tensão entre aparição e vazio, figuração e abstração.
Em 2019, o trabalho de Lucas Arruda foi tema de uma grande mostra retrospectiva no museu Fridericianum, em Kassel, na Alemanha, que reuniu obras de mais de uma década da carreira do artista. Outras exposições individuais incluem: Indipendenza (Roma), Pond Society (Xangai), Lulu (Cidade do México), Pivô (São Paulo), Mendes Wood DM (São Paulo, Bruxelas e Nova York) e David Zwirner (Londres e Nova York). Dentre as suas mostras coletivas, destacam-se as apresentações no Palais de Tokyo (Paris), Instituto Tomie Ohtake (São Paulo), Fondation Beyeler (Basiléia), Museo del Barrio (Nova York) e na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Arruda participou também de bienais e festivais de arte em diversas partes do mundo, incluindo o Dhaka Art Summit, em Bangladesh, a Bienal de Coimbra, em Portugal e a Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, Brasil.
O seu trabalho foi ainda foco de três publicações monográficas, sendo a primeira editada pela Cahiers D’Art em 2018, a segunda pela David Zwirner Books em 2020 e a mais recente pela Walther König em colaboração com o museu Fridericianum. Obras do artista integram coleções institucionais tais como Tate Modern, Solomon R. Guggenheim Museum, Fondation Beyeler, Centre Pompidou, Thyssen-Bornemisza Art Contemporary e Pinacoteca do Estado de São Paulo.