Un lento venir viniendo – Capítulo II

De 05 de setembro a 19 de novembro de 2023 

De terça a domingo, das 11h às 19h.

Entrada franca.

Un lento venir viniendo – Capítulo II

A exposição “Un lento venir viniendo – Capítulo II” traz a São Paulo um recorte da Colección Oxenford, principal coleção de arte contemporânea da Argentina


Um segundo recorte da Colección Oxenford, com a exposição Un lento venir viniendo – Capítulo II, chega ao Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, com abertura marcada no dia 05 de setembro, das 17h às 21h30. A coleção é fruto de uma paixão do empresário e colecionador argentino Alec Oxenford pela arte contemporânea argentina e, principalmente, de sua convicção na necessidade de apoio à cena local. Com organização da produtora cultural Act., dirigida por Fernando Ticoulat e João Paulo Siqueira Lopes, curadoria do poeta e curador argentino Mariano Mayer, e patrocínio da Globant e Mercado Livre via Lei de Incentivo à Cultura, a mostra é composta por 71 obras de 48 artistas e apresenta uma diversidade de linguagens, entre pinturas, fotografias, instalações visuais, performances, esculturas, colagens e publicações.

“Estamos imensamente gratos pela oportunidade de apresentar a Colección Oxenford no prestigioso espaço do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. O convite desta instituição de arte contemporânea de impacto mundial é uma honra e estendemos nossos sinceros agradecimentos a Paulo Miyada, uma voz verdadeiramente influente na promoção da arte latino-americana. A coleção é resultado do pensamento, teórico e prático, de muitas cabeças. Ao longo destes 15 anos, colecionamos além de obras, histórias – as quais estamos ansiosos em contar para uma audiência tão ampla como de uma metrópole como São Paulo”, afirma Alec Oxenford.

Fazendo referência ao legado do artista paulistano Hudinilson Jr. e seu uso das fotocopiadoras, a noção de “cópia” funcionará como disparador da mostra apresentada no Instituto Tomie Ohtake. “Un lento venir viniendo – Capítulo II não pretende ilustrar o que é a cópia para a arte, mas, ao contrário, é uma plataforma para que a arte contemporânea argentina, através das obras selecionadas, nos estimule a pensar o que é a cópia, o que é a arte, quais seus pontos de contato, suas possibilidades e suas impossibilidades”, afirma Mayer. Na exposição, “a cópia torna-se ocasião para que a arte nos questione sobre a identidade e a diferença, o uno e o múltiplo, o original e o reproduzido, a representação e o representado”, complementa o texto curatorial.

No dia da abertura, Florencia Vecino, nome que integra a coleção, apresenta a performance Posa, na qual a artista e outra performer executam gestos idênticos, inspiradas pelo poder da cópia e do comportamento do público ao redor. No dia seguinte, 06 de setembro, o projeto contará com uma programação aberta ao público, desenvolvida por Gastón Pérsico, Paula Castro, Cecilia Szalkowicz e Martín Legón, artistas da Colección Oxenford. O evento integra ainda a programação paralela da 35ª edição da Bienal de São Paulo, período de grande efervescência no circuito cultural da cidade, atraindo diversos artistas, curadores e colecionadores de todo o mundo.

“Uma das missões da Act. é construir pontes no cenário artístico latino-americano, do qual muitas vezes o Brasil está apartado. O projeto Un Lento Venir Viniendo sintetiza esse compromisso, pois aproxima o público brasileiro a nomes seminais da arte contemporânea argentina por meio de mostras que acontecem em espaços de prestígio, como o Instituto Tomie Ohtake. O Capítulo II tem sentido especial para nós: reforça nossa parceria com a Colección Oxenford, movimenta a cidade de São Paulo, onde fica nossa sede, em meio à Bienal de São Paulo, e toma emprestado investigações em torno da ideia da cópia de Hudinilson Jr. – artista cuja produção atravessa nossas pesquisas e projetos”, afirma João Paulo Siqueira Lopes, diretor da Act.

Este é o segundo ato de um projeto itinerante que teve início no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, entre 2022 e 2023, e seguirá para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, entre 2024 e 2025. Cada capítulo exibe uma seleção diferente de obras da Colección Oxenford, que, em cada caso, responde a uma proposta curatorial inspirada por um episódio emblemático do contexto cultural local, fortalecendo o diálogo entre os cenários artísticos brasileiro e argentino.

Entre os artistas presentes na exposição, vale destacar Guillermo Kuitca, pintor e professor tido como referência na recondução da pintura ao sistema da arte contemporânea argentina, com a obra Everything, (2005); e o escultor Diego Bianchi, etnógrafo da materialidade urbana, que apresenta La bestia (2012) e Sin título (Cuerpo de vidrio) (2009). Já a artista e poeta Fernanda Laguna, uma das principais animadoras da cena cultural de Buenos Aires, está na exposição com a escultura Vivir en la luz (1994) e Sin título (2021), recente trabalho em tecido; enquanto a pintora e ativista Mariela Scafati apresenta a Instalación de 36 afiches da série Windows (2011), na qual, tanto em seu formato quanto em sua fatura, reproduz a maneira como os agrupamentos políticos fixam seus cartazes nos corredores das universidades públicas argentinas. Por sua vez, Eduardo Navarro, artista que participou da 32º Bienal de São Paulo, reivindica o poder da arte contemporânea de propor a própria irracionalidade, sem operacionalizações argumentativas, economicistas ou instrumentalizadoras com a escultura Monumento al cenicero (2005); e Martín Legón, artista-pesquisador por excelência, está em Un lento venir viniendo – Capítulo II com a instalação La fenomenología (Ningún amor se parece al océano) (2013), em que reelabora a estética do arquivo a partir da construção de um tipo de monumento funerário.

 

Lista completa de artistas de Un lento venir viniendo – Capítulo II

Alan Martín Segal, Alberto Goldenstein, Alejandro Montaldo, Alfredo Dufour, Andrea Ostera, Ariel Mora, Batato Barea, Beto De Volder, Cecilia Szalkowicz & Gastón Pérsico, Claudia Del Río, David Lamelas, Diego Bianchi, Dudu Quintanilha, Eduardo Navarro, Erica Bohm, Estefanía Landesmann, Fabián Marcaccio, Fernanda Laguna, Florencia Vecino, Gabriela Forcadell, Hoco Huoc, Jimena Croceri, Josefina Alen, Juan José Cambre, Lucas Di Pascuale, Lucrecia Lionti, Lux Lindner, Marcela Sinclair, Marcelo Pombo, Mariana López, Mariela Scafati, Marisa Rubio, Martín Legón, Máximo Pedraza, Miguel Mitlag, Mirtha Dermisache, Nicolás Martella & Manuel Fernández, Pablo Suárez, Paula Castro, Ramiro Quesada Pons, Ricardo Carreira, Rosana Schoijett, Santiago Villanueva, Sergio Avello & Daniel Joglar.

 

Colección Oxenford [Coleção Oxenford]

Com cerca 550 peças de 150 artistas, a Colección Oxenford reúne um panorama muito seleto de obras de arte argentina das primeiras décadas do século XXI e alguns trabalhos prévios a este período, devido à sua relevância para o contexto da arte contemporânea no país. A coleção apoia, por meio de diferentes iniciativas, o desenvolvimento da cena artística contemporânea argentina. Seu ambicioso programa de aquisições, que durante os dez primeiros anos contou com a seleção da curadora Inés Katzenstein (atual curadora de arte latino-americana do MOMA, em Nova York), permitiu reunir uma amostra representativa das diferentes tendências estéticas que dominaram a produção artística contemporânea durante o século XXI, um período excepcionalmente complexo, no qual a arte argentina experimentou transformações fundamentais em suas linguagens e materiais, bem como em suas práticas, imaginários e instituições.

 

As atividades da Colección Oxenford incluem o desenvolvimento de um programa de bolsas de viagem internacionais, que já beneficiou quase 90 artistas, e que, durante a emergência causada pela pandemia de COVID-19, foi transformado em assistência financeira para mais de 60 nomes. Recentemente, a coleção também esteve envolvida na promoção de reflexões sobre a arte contemporânea argentina, convidando 40 importantes pesquisadores locais para escrever ensaios sobre obras do acervo. A Colección Oxenford também tem sido generosa em sua colaboração com museus e galerias, a quem emprestou trabalhos em inúmeras ocasiões, com o objetivo de contribuir para a divulgação da produção artística argentina contemporânea.

Programação no Instituto Tomie Ohtake

Dia 05/09: 

Conversa entre Mariano Mayer e Paulo Miyada aberta ao público

Horário: 18h

Vagas: 30 - sem inscrição prévia

Posa, Performance da artista Florencia Vecino



Dia 06/09:

Visita guiada com com o curador Mariano Mayer aberta ao público

Horário: 18h

 

O improfanável como problema, com o artista Martín Legón

Horário: 19h

Quatrineal Shanzhai foi uma exposição metodicamente projetada para o Museo Municipal de Bellas Artes Genaro Pérez, na cidade de Córdoba, durante o biênio 2017/2018. Por mais de três anos, Martín Legón estudou e trabalhou a hipótese do shanzhai como uma possível resposta a uma questão central, aquela que o filósofo romano Giorgio Agamben delegou como tarefa para as gerações futuras, especialmente para os artistas, em seu ensaio capital Elogio da Profanação: como profanar o improfanável do capitalismo, na medida em que ele é entendido e assimilado como uma religião contemporânea que tudo incorpora.


 

Martín Legón é artista visual. Suas exposições tendem a ser pequenas, ensaios fechados com enfoque na interseção entre antropologia, poesia e sociologia das mídias. Com frequência, varia deliberadamente o suporte de suas obras; recorre a instalações, desenhos, vídeos ou fotografias para abordar os processos e as declarações críticas do conceitualismo sobre a linguagem. Nos últimos anos, sua pesquisa gira em torno da produção de imagens e de seu valor extrínseco enquanto objetos sociais da atualidade.

 

Conversa de Mariano Mayer com o artista Martín Legón aberta ao público

Local: sala 2 do Núcleo de Cultura e Participação

Horário: 19h

Vagas: 30 - sem inscrição prévia



Jornada de la copia, oficina conduzida pelos artistas Gastón Pérsico, Paula Castro e Cecilia Szalkowicz

Local: sala 2 do Núcleo de Cultura e Participação

Horário: 15h-17h

A proposta da oficina consiste em uma oficina aberta ao público, onde serão utilizados alguns slogans dos eventos “Jornadas del color y de la forma”, organizados pela artista argentina Mirtha Dermisache entre 1975 e 1981. Os participantes realizarão diferentes exercícios de desenho utilizando a fotocopiadora em uma sala de atividades e, em um certo momento, utilizarão a própria exposição como modelo. O objetivo da oficina é promover uma reflexão coletiva sobre os elementos fundamentais de uma obra de arte e de uma exposição.

 

Cecilia Szalkowicz vive e trabalha em Buenos Aires. Formada pela UBA, onde lecionou, estudou fotografia com Alberto Goldenstein (1994-95), recebeu a Bolsa de Estudos Kuitca (2003-2005) e foi membro do corpo docente do Programa de Artistas da Universidad Torcuato Di Tella. Foi membro do coletivo Suscripción (1999-2005). Participou do Programa de Bolsas CIFO, Fundação de Arte CIFO Cisneros Fontanals; da 2ª Trienal Poli/Gráfica de San Juan: América Latina e Caribe e da Bienal de Cuenca. Realizou o projeto Reunión (Buenos Aires - Berlim) junto com Gastón Pérsico, Roman Schramm e Hella Gerlach, com o apoio do IFA - Institut für Auslandsbeziehungen; e a publicação Script, para distribuição gratuita, junto com Gastón Pérsico e Mariano Mayer. Realizou inúmeras exposições na Argentina e no exterior. Recebeu o Prêmio Braque 2019 e o Prêmio 8M em 2023. Seu trabalho faz parte da coleção do Museo de Arte Moderno de Buenos Aires; Museo Castagnino+macro, Rosario; MoMA - Museum of Modern Art, NY.

Gastón Pérsico foi bolsista do Programa de Oficinas para as Artes Visuais Rojas UBA/Kuitca (2003-2005) e do Programa 2010 do CIA Centro de Investigações Artísticas. Fez parte do coletivo Suscripción (1999-2005). Algumas de suas exposições individuais foram realizadas no Museo Nacional del Grabado, Malba, Instituto Goethe, Fotogalería del Rojas, CCEBA, Belleza y Felicidad, Nora Fisch Arte Contemporáneo, Mite Galería (Buenos Aires) e, coletivamente, no Museo de Arte Moderno, Fundación Proa, Parque de la Memoria (Buenos Aires), macro (Rosario), Museo de Arte Moderno (Mendoza); Museo de Arte Contemporáneo (Bahía Blanca), Instituto Cultural Brasil-Argentina, MAC Niterói (Rio de Janeiro), entre outros. Publicou Humo (2011), 44 novelas que comienzan (2017), La música es mi casa / Featuring (2017) e Esplendor Geométrico (2021).

Paula Castro é artista visual. Estudou Design Gráfico na Universidad de Buenos Aires (FADU), em 2015, participou do Programa de Artistas da Universidad Torcuato Di Tella. Recebeu a Bolsa da Fundação Ama Amoedo 2023, ganhou o 3º prêmio em escultura do Concurso de Artes Visuais do Fundo Nacional para as Artes 2020, a Bolsa de Criação da FNA (2019), a Bolsa de Viagem da Coleção Oxenford (2018) e a Aide Individuelle au Projet d' Arts Plastiques de la Mairie de Paris, França (2011). Realizou exposições individuais e coletivas na Argentina, França, Bélgica, Espanha e Estados Unidos. Desde 2018, integra o coletivo Geometría Pueblo Nuevo (GPN). Seu trabalho está presente em coleções públicas e privadas, nacionais e internacionais. Morou em Paris por oito anos (2004-2012), onde desenvolveu sua formação artística de forma autodidata e atualmente vive em Buenos Aires.

 

Alec Oxenford

Cofundador da OLX e da letgo, Alec Oxenford é um empresário argentino residente no Brasil. É grande colecionador e membro ativo de comunidades internacionais em prol das artes latino-americanas. Entre 2013 e 2019, dirigiu a Fundación ArteBA. Atualmente, ocupa postos como: membro do Acquisition Committee do MALBA e Membro do Latin American and Caribbean Fund (LACF) do MoMA.

 

Act.

Fundada em 2017 por Fernando Ticoulat e João Paulo Siqueira Lopes, a Act. preenche diversas lacunas do mundo da arte, em escala global, e está envolvida com agentes de todo o circuito: artistas, colecionadores, galerias, museus e instituições culturais. Tem como missão conectar arte e pessoas a partir do desenvolvimento de consultorias, projetos e publicações. Atua em todas as frentes de criação, curadoria, gestão e produção de projetos de arte para empresas, criando elos entre marcas e seus públicos. Além dos projetos, a Act. aconselha interessados em arte – com coleções recém-iniciadas ou já estabelecidas – em como comprar, gerenciar e catalogar suas obras. Un lento venir viniendo é o primeiro projeto de exposição da Act.

 

Mariano Mayer

Mariano Mayer (Buenos Aires, Argentina, 1971) é poeta e curador da Colección Oxenford. Entre seus projetos figuram Un lento venir viniendo – Capítulo I (MAC Niterói, Rio de Janeiro, 2022); Amplitud de contexto (Sala Martindale, Buenos Aires, 2022) e Objeto de sí mismo (Sala Martindale, Buenos Aires, 2023). Como curador independente, apresentou Táctica Sintáctica. Diego Bianchi (Marres, Mastricht, 2023, e CA2M, Móstoles, 2022), Nunca lo Mismo, junto a Manuela Moscoso (ARCOmadrid, 2023 / 2022); La música es mi casa. Gastón Pérsico (MALBA, Buenos Aires, 2017) e En el ejercicio de las cosas, junto a Sonia Becce (Plataforma Argentina–ARCOmadrid 2017). Publicou, entre outros, os livros Ir al motivo (Galería Elba Benítez, Madrid, 2023) e Fluxus Escrito (Caja Negra, Buenos Aires, 2019).

 








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