De 13 de agosto a 21 de novembro de 2021.
Pierre Verger - Percursos e Memórias
Em parceria realizada entre o Instituto Tomie Ohtake, a Fundação Pierre Verger, a Fundação Bienal de São Paulo e, como parte da rede da 34º Bienal de São Paulo, Pierre Verger: Percursos e Memórias, com curadoria de Priscyla Gomes, curadora do Instituto Tomie Ohtake e Alex Baradel, curador da Fundação Pierre Verger, dedica-se a expor as diferentes documentações da trajetória do fotógrafo, durante suas principais viagens.
Por se tratar de um recorte e material inéditos, a dupla de curadores traz novas leituras à produção desse fotógrafo expoente. Com base numa imersão em seus arquivos, anotações, registros e escritos, a mostra é a primeira a apresentar Pierre Verger como fotógrafo, pesquisador, etnógrafo e líder religioso.
Pierre Fatumbi Verger
Briki, Ifanhin, Dahomey, 1958
©Fundação Pierre Verger
Pierre Fatumbi Verger
Candomblé Joãozinho Da Gomea, Salvador, Brasil, 1946
©Fundação Pierre Verger
Além de imagens inéditas ou raramente mostradas, visando contextualizar sua produção e relacionando aspectos da vida pessoal do fotógrafo ao contexto histórico a que pertenceu, a mostra trará seus cadernos de viagens, publicações e periódicos nacionais e internacionais, cartas e textos inéditos, negativos e estudos de ampliações, bem como um documentário icônico coproduzido pelo fotógrafo e etnógrafo, totalizando mais de 300 itens em exposição.
Pierre Fatumbi Verger
Mahon, Haute Volta, 1936
©Fundação Pierre Verger
Pierre Fatumbi Verger
Rapa, Polinésia Francesa, 1933
©Fundação Pierre Verger
Pierre Fatumbi Verger
Samba, Salvador, Brasil, 1946 - 1953
©Fundação Pierre Verger
Fotógrafo por excelência, Pierre Verger aprendeu o ofício da fotografia aos 30 anos e, ao longo da carreira, a dedicação e minúcia no conhecimento de povos e culturas que lhe interessavam foi tamanha que se alçou à condição de antropólogo e etnógrafo. Iniciou sua obra em 1932, quando decidiu unir a expertise que havia adquirido na fotografia com sua vontade de viajar para conhecer e registrar outras pessoas e lugares; partiu levando como única bagagem uma máquina fotográfica Rolleiflex.
A articulação entre imagem, escritos e uma extensa pesquisa resultou em um panorama vasto, desconhecido do público que, recorrentemente, se aproxima de Verger por intermédio de suas fotografias mais icônicas. Entre 1932 e 1970, foram décadas de viagens ao redor do mundo, passando pela Europa, Ásia, América e Oceania.
Pierre Fatumbi Verger
Festa da Ribeira, Salvador, Brasil, 1959
©Fundação Pierre Verger
Os núcleos pelos quais se divide a exposição propõem-se a contar as diferentes viagens de Verger, utilizando esses percursos para narrar como o artista tornou-se pioneiro em muitas de suas abordagens sobre fotografia, no registro e investigação dos locais aos quais visitava e na sua forma de estabelecer diálogo com as diferentes populações. Cabe especial destaque, o ano de 1946, que marca sua chegada ao Brasil, um trajeto que resultaria numa longa permanência e na descoberta de um universo que mudaria em definitivo sua vida. Sua chegada deu início à sua pesquisa afro-americanista e africanista, que propiciou importantes desdobramentos na sua trajetória. Verger passou a registrar também por escritos as informações coletadas em suas viagens entre o Brasil e a África. É nesse universo que o fotógrafo e etnógrafo concentrou seus estudos, dedicando décadas de sua vida às culturas iorubá e fon, além de suas diásporas religiosas.
Publicação digital: Acesse a publicação educativa da exposição Pierre Verger - Percursos e Memórias, com audiodescrição e apresentação em Libras. Criada a partir de conversas com professoras(es) e educadoras(es), ela tem como conceito fundamental a encruzilhada, compreendida como o encontro de diferentes caminhos, e busca intensificar as experiências de fruição e as práticas de mediação no ambiente digital.