Visitação: 29 março a 19 maio 2019
A mostra "Taswir, a fotografia árabe contemporânea" reúne pela primeira vez na América do Sul um importante recorte do acervo de fotografia do Institut du Monde Arabe – IMA, de Paris. Os artistas e as obras selecionadas integraram a 2ª Bienal de Fotografia do Mundo Árabe e a exposição Cristãos do Oriente – 2.000 anos de história (IMA), ambas realizadas na capital francesa em 2017 e 2018 respectivamente.
"Taswir, a fotografia árabe contemporânea" apresentada no Instituto Tomie Ohtake é uma parceria entre o espaço paulistano, a Câmara de Comércio Árabe-brasileira, o Consulado Geral da França em São Paulo e o Instituto do Mundo Árabe. São cerca de 70 trabalhos de 14 artistas oriundos ou atuantes em várias regiões da África, Golfo Arábico e Oriente Médio: Ahmad El-Abi (Egito); Jaber Al Azmeh (Siria); Roger Grasas (Espanha); Laila Hida (Marroco); Rania Matar (Libano); Zied bem Romdhane (Tunisia); Stephan Zaubitzer (França); Tasneem Alsultan (Arábia Saudita); Héla Ammar (Tunisia); Mohamed Abusal (Palestina); Lazare Mohamed Djeddaoui (Siria); Tanya Habjouqa (Jordania), Douraïd Souissi (Tunisia), Michele Borzoní (Itália).
O conjunto das imagens expostas e a diversidade dos artistas, ao invés de reforçarem estereótipos culturais ou se encerrarem em um único tipo de produção, exploram o “taswir” (ato de fotografar) a partir de vasta gama de assuntos e temáticas, desde questões formais e documentais até temas latentes do mundo contemporâneo, como feminismo. “Os artistas recuam, no tempo e no espaço, dos tumultos atuais. Eles se distanciam, às vezes fingem que ignoram, mas os fragmentos da realidade – seja social, histórica ou cultural – transpiram em suas imagens. De certa forma, todas essas fotografias são testemunhas dos dias conflituosos em que vivemos”, define Gabriel Bauret, curador da 2ª Bienal.
Ahmad El-Abi
Nasceu no Cairo, Egito, em 1984, onde vive e trabalha atualmente. Apesar de ter estudado medicina, dedica-se a fotografia conceitual e a direção de arte.
Jaber Al Azmeh
Nasceu em Damasco, Síria, em 1973, onde vive e trabalha atualmente. Graduou-se em Belas Artes e desde 2006 leciona na Universidade Internacional de Ciência e Tecnologia em Damasco.
Roger Grasas
Nasceu em Barcelona, Espanha, em 1970. Vive e trabalha em Riyad, Arábia Saudita. Graduou-se em fotografia e filosofia. É mestre em Estética e Teoria da Arte pela UAB.
Laila Hida
Nasceu em Casablanca, Marrocos, em 1983. Vive e trabalha em Marrakesh, Marrocos.
Autodidata, é fotógrafa desde 2012 e uma das fundadoras do espaço cultural Le 18 Derb el Ferrane, em Marrakesh.
Rania Matar
Nasceu em Beirute, Líbano, em 1984. Vive e trabalha nos Estados Unidos. Estudou arquitetura e fotografia. Foi premiada com a bolsa Guggenheim em 2018.
Zied ben Romdhane
Nasceu em Túnis, Tunísia, em 1981, onde vive e trabalha atualmente. Começou sua carreira como fotógrafo comercial e em 2011, migrou para o documentário e fotojornalismo.
Stephan Zaubitzer
Nasceu em Munique, Alemanha, 1966. Vive e trabalha em Paris, França. Registra cinemas históricos abandonados, em sua maioria, da margem sul do Mediterrâneo.
Tasneem Alsultan
Nasceu em Tucson, Estados Unidos, em 1985. Vive e trabalha na Arábia Saudita. Criada entre o Reino Unido e a Arábia Saudita, fotografa particularmente para o The New York Times e National Geographic.
Héla Ammar
Nasceu em Túnis, Tunísia, em 1969, onde vive e trabalha. Além de artista, tem um Phd em Direito. É autora do livro Corridors (2014) e co-autora da pesquisa Siliana Syndrome (2013), acerca da pena de morte em seu país.
Mohamed Abusal
Nasceu na Palestina em 1976. Vive e trabalha em Gaza.
Membro fundador de Eltiqa, grupo de artistas em atividade desde 2002.
Lazare Mohamed Djeddaoui
Nasceu em Puteax, França, em 1987. Vive em Paris e trabalha sobretudo entre Oriente Médio e o norte da África. Trabalhou para instituições como a UNICEF.
Tanya Habjouqa
Nasceu na Jordânia, em 1975. Vive e trabalha em Jerusalém Oriental. Foi educada nos Estados Unidos. Seu trabalho está em coleções permanentes de coleções como MFA Boston, Institut du Monde Arab, e o Carnegie Museum of Art.
Douraid Souissi
Nasceu em Túnis, Tunísia, em 1970. Vive e trabalha entre França e Tunísia. No contexto da Tunísia pós-revolucionária, faz retratos que evocam desprezo social, espiritualidade e o papel das imagens.
Michele Borzoni
Nasceu em Florença, Itália, em 1979, onde atualmente vive e trabalha. Formado em fotojornalismo e fotografia documental no Centro Internacional de Fotografia de NY, passou de 2011 a 2014 pesquisando sobre comunidades cristãs no Oriente Médio, em países como Egito, Israel, Palestina, Líbano, Iraque, Jordânia e Turquia.
MOSTRA DE FILMES MUNDO ÁRABE CONTEMPORÂNEO
Como parte da exposição, esta mostra de filmes, realizada com o apoio do Consulado Geral da França no Brasil e do Institut Français, traz produções de diferentes nacionalidades buscando retratar a realidade política, social e cultural dos países que integram o mundo árabe. Parte-se de diretores argelinos, tunisianos, egípcios, iraquianos, marroquinos e israelenses buscando dar um panorama da produção cinematográfica árabe contemporânea. A seleção não se restringe a produções que abordam as questões políticas e religiosas que perpassam os conflitos locais, mas busca no cotidiano de seus personagens realizar uma imersão nessas culturas tão plurais.
6 ABRIL
19h
A PEINE J'OUVRE LES YEUX [Assim que abro os olhos] de Leyla Bouzid
2014 / 1h42min / Tunísia / Drama
Verão de 2010 na Tunísia, alguns meses antes da Revolução. Farah, uma garota de 18 anos, se junta a uma banda de rock politizada e descobre o álcool, o amor e os protestos. Indo contra a vontade da mãe, que conhece os tabus do país, Farah mergulha cada vez mais nesse mundo, sem suspeitar do perigo de um regime político que a observa e se infiltra em sua privacidade.
Classificação etária: 16 anos
21h
YEMA de Djamila Sahraoui
2012 / 1h30min / Argélia / Drama
Depois de anos de ausência, Ouardia volta para o campo argelino para enterrar o filho. Ela suspeita que seu outro filho, Ali, dirigente de uma milícia islamita, o tenha matado.
Classificação etária: 16 anos
7 ABRIL
18h
FIÈVRES [Febre] de Hicham Ayouch
2013 / 1h29min / Marrocos, França / Drama
Benjamin, 13 anos, está em guerra com a vida, os adultos e si mesmo. Com sua mãe presa, ele passa a viver com seu pai, que até então não conhecia. Este é um homem falido de mais de 40 anos que ainda vive com os pais nos subúrbios de Paris.
Classificação etária: Livre
20h
LA VIERGE, LES COPTES ET MOI [A Virgem, os Coptas e eu] de Namir Abdel Messeeh
2011 / 1h31min / Egito / Documentário, comédia
Namir viaja para o Egito, sua pátria, para fazer um filme sobre as aparições milagrosas da Virgem no seio da comunidade copta cristã. Rapidamente, a pesquisa lhe serve de pretexto para rever a família.
Classificação etária: 14 anos
13 ABRIL
19h
BRÛLE LA MER [Queime o Mar] de Nathalie Nambot, Berchache Maki
2014 / 1h15min / França / Documentário
Fragmentos de histórias da luta de jovens tunisianos após a queda da ditadura de Ben Ali. Um filme ensaio situado no limite da energia da revolução da antiga terra e a união a um mundo europeu dominado por relações capitalistas.
Classificação etária: Livre
21h
MY SWEET PEPPER LAND [Minha doce Pepper Land] de Hiner Saleem
2013 / 1h35min / Iraque / Drama
Baran tenta ser um policial justo em um território sem lei que faz fronteira com o Irã, Iraque e Turquia. Govend é uma nova professora que desafia os costumes do lugar. Ambos terão que enfrentar um líder corrupto, autoritário e implacável.
Classificação etária: 14 anos
14 ABRIL
18h
FIVE BROKEN CAMERAS [Cinco Câmeras Quebradas] de Emad Burnat, Guy Davidi
2011 / 1h34min / Israel / Documentário
Palestino registra a resistência de seu vilarejo contra a construção de assentamentos israelenses. O título refere-se ao fato de Burnat ter tido cinco de suas filmadoras destruídas durante os seis anos em que trabalhou no documentário. Aclamado pela crítica, "5 Broken Cameras" recebeu uma nomeação ao Oscar de melhor documentário.
Classificação etária: Livre
20h
LE CHALLAT DE TUNIS [O Navalha de Tunis] de Kaouther Ben Hania
2013 / 1h30min / Tunísia / Ficção
Em Túnis, a capital da Tunísia, um homem desconhecido conhecido por Challat anda de moto e, com uma lâmina, fere as mulheres que julga estarem vestidas desadequadamente. O criminoso é uma lenda urbana, também conhecido como “o retalhador”. Uma década depois dos ataques, na primavera árabe, uma jovem investiga o caso e procura a identidade de Challat.
Classificação etária: 14 anos