De 17 de outubro a 15 de novembro de 2020
Em Tomie Ohtake: Poesia se medita, a proposta curatorial relaciona a sua obra com a poesia oriental, sobretudo o haicai – poesia de síntese, a arte da forma elementar, dos gestos conscientes e objetivos. “Como na obra de Tomie, o haicai busca atingir a experiência pela essência da linguagem”, completa a curadora Luise Malmaceda, do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake.
O título da exposição "Tomie Ohtake: poesia se medita", foi retirado de um poema do Haroldo de Campos, em “Teoria e prática do poema”, 1952:
“o Poema se medita
como um círculo medita-se em seu centro
como os raios do círculo o meditam
fulcro de cristal do movimento.”
Segundo a curadora, foram selecionadas obras que se estruturam verticalmente, como nos haicais japoneses, gravuras e pinturas de gestos sintéticos e objetivos, que por vezes denotam traço caligráfico, e o álbum YU-GEN, com 12 gravuras (1997). Na série que compõe o álbum, a arte de Tomie é sobreposta com poemas concretos inspirados no Japão de Haroldo de Campos. Uma obra realizada a quatro mãos, em que o texto manuscrito pelo próprio poeta e reconhecido tradutor de poesia japonesa também vira imagem e contracena em equilíbrio com os desenhos impregnados pelas formas e cores da artista.
As gravuras reunidas na mostra refletem como Tomie soube inovar também nesta técnica, pela qual ganhou reconhecimento internacional a partir de 1972, quando foi convidada a participar da sala Grafica D’Oggi na Bienal de Veneza - exposição que contou com a presença dos mais importantes artistas do mundo, como os norte-americanos da Pop Art -, além de sua participação na Bienal de Gravura de Tóquio, em 1978, tradicional mostra internacional desta linguagem.
Confira a visita em vídeo pela exposição “Tomie Ohtake – Poesia se Medita”
Uma experiência diferente explorando os textos de Haroldo de Campos e as obras de Tomie conjugadas em um mesmo espaço.