V Mostra 3M de Arte Digital
Canções de Amor

De 5 a 30 novembro 2014

Realizada há cinco anos com a proposta de discutir as fronteiras da arte contemporânea com o uso de suportes digitais, a V Mostra 3M de Arte Digital - Canções de Amor acontecerá no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, assim como nas duas últimas edições. A curadoria deste ano é assinada pelo coordenador do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake, Paulo Miyada, e pela equipe, também sob sua coordenação.  

Nesta quinta edição, a exposição fala de amor como algo amplo: projeção empática em direção ao outro com quem se quer estar junto. "Uma exposição que conta com os trabalhos artísticos para refletir como diferentes modelos técnico-sociais transformaram e seguem transformando os canais por onde escoa essa empatia.", afirma Paulo Miyada.

Já na entrada, no grande hall do Instituto Tomie Ohtake,  o visitante será interpelado por dispositivos criados por artistas  que provocam questões sobre a sua identidade e a intimidade consigo mesmo. Da catalogação analógica de dados censitários sobre a profissões dos visitantes Fernando Cocchiarale (curador e crítico de arte que remonta obra que exibiu como artista no MAM-RJ em 1976), até os algoritmos que delineiam nossos perfis seguindo nossas pegadas digitais de Claudio Bueno,  passando por outros três artistas - Christine Sun Kim, Luke Dubois, Lais Myrrha e Paulo Bruscky - tentam cativar o espectador  pelo ouvido, por canções, melodias e rádios que pedem um pouco do seu tempo. O projeto de Bruscky, inclusive, foi concebido especialmente para a mostra, e combinará digitalmente gravações das batidas do coração do artista para criar uma música grave que vibrará o corpo dos visitantes ao descerem a escada que dá acesso ao espaço expositivo. 

  


Em uma das outras três salas também ocupadas pela mostra, há obras que não poderiam ter sido feitas antes do facebook, do youtube, do myspace e até do orkut. "São gestos artísticos que nascem no ambiente digital online e da dinâmica do compartilhamento de dados e da exposição pelas redes sociais", explica Miyada. Neste núcleo, as obras de Fabiana Faleiros e Pedro Moreira aprofundam a questão da solidão exibicionista. Já no trabalho de Natasha Mendonca, um conjunto de vídeos reúne material de autorias conhecidas e anônimas que se acumulam num processo que pode envolver até dezenas de milhares de pessoas em um mesmo ambiente virtual.

Na segunda sala, encontram-se obras feitas recentemente, como as de Danilo Carvalho e Christine Sun Kim, mas baseadas em tecnologias desenvolvidas no intervalo entre a década de 1960 e os anos 1990: a era dos cada vez mais populares dispositivos portáteis de captura de som e imagem (dos rolos de filme Super-8 às pequeninas fitas eletromagnéticas Hi-8, ainda antes da internet). Segundo Miyada, esses trabalhos apontam o quanto cada novo recurso parecia já vir com um repertório próprio; poses, sons e cenas geradas entre as características do equipamento e os hábitos e rituais das famílias de classe média – seus principais consumidores.  "Reflexos da vontade de guardar memórias como quem faz dos afetos uma lista de etapas para conferir um padrão de consumo pré-roteirizado: o casamento, o parto, os destinos turísticos, a formatura do filho...", completa.

Enfim, na última sala, as obras de R. Luke Dubois, Fernando Faro e Tatiana Blass, segundo o curador, colocam o visitante  junto das narrativas consagradas pela indústria cultural em sua difusão de massa durante do século XX; o cinema hollywoodiano, a canção popular brasileira das rádios e discos e, mais tarde, o jornalismo televisivo. "A exposição amealha, ao fazer o percurso alinhavado, diferentes maneiras de estar junto de alguém cuja ausência se faz presente", completa Miyada. Vale destacar que Fernando Faro realizou uma cativante edição das centenas de programas Ensaio que já dirigiu, compilando uma narrativa compacta das canções populares brasileiras. Já Tatiana Blass produz uma nova obra especialmente para a exposição.
















            





o concurso canções de amor    

Nesta edição, a Mostra 3M lançou um concurso nacional de vídeo, em formato comum, propondo a participação online do público na exposição (regulamento e informações  no site http://www.mostra3mdeartedigital.com.br/2014/concurso.html. Com base no conceito - Canções de Amor -, o interessado deve gravar em webcam algum tipo ação, performance, encenação etc. ao som e duração de sua música escolhida, sem limites para linguagens, técnicas e conteúdos. Os 20 vídeos finalistas serão exibidos no site da exposição. Entre esses, cinco estarão também na abertura da Mostra, no dia 04 de novembro de 2014, quando será ainda anunciado o vencedor.  O prêmio será uma residência artística de quatro semanas no museu La Ene – Nuevo Museo Energía de Arte Contemporáneo em Buenos Aires, Argentina.

La Ene surgiu em 2010 como uma crítica construtiva ao sistema de arte em Buenos Aires, onde não existia nenhum museu de arte contemporânea, para incluir jovens pressionais no campo da arte. É um local que promove a circulação de obras e artistas locais e internacionais com ênfase na América Latina. Até hoje, El Nuevo Museo Energía de Arte Contemporáneo (La Ene) é o único museu de arte contemporânea de Buenos Aires, sendo, portanto, de grande importância à comunidade artística da região.


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