Massao Ohno, editor por editor

O Núcleo de Pesquisa e Curadoria apresenta Editor por Editor, documentário dirigido por Juliana Kase e que integra a programação virtual do Instituto no período da quarentena. Produzido entre 2016 e 2019, o filme narra a história da produção de Massao Ohno, editor de livros, que tornou-se um dos grandes nomes da produção editorial brasileira. Ohno, precursor da atividade editorial independente no Brasil, idealizador da primeira feira de publicações independentes, publicou mais de mil livros em 50 anos, quase todos do gênero poético.

Editor por editor revela o conteúdo de 30 caixas com a produção de Massao Ohno analisadas pelas vozes de experientes companheiros de trabalho de várias gerações – Jiro Takahashi, Ruy Pereira, Ricardo Redisch, José Castilho Marques Neto, João Junhiti Noro, João Afonso, Kazuo Wakabayashi.

O documentário estará disponível na íntegra entre os dias 17/7 a 20/7/2020. Aliada à exibição do filme inédito, um breve ensaio narra um pouco mais da história de Massao Ohno e suas parcerias. Uma entrevista, também inédita, com a diretora do filme conta sobre sua relação com a produção de Massao e sobre sua pesquisa.

 

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Documentário, 2018, FullHD, cor, 75min, dir. Juliana Kase



MASSAO OHNO,
UMA BREVE APRESENTAÇÃO

 

O grupo de artistas reunido na editora Massao Ohno revigorou o modo de composição dos livros no início dos anos 60. Entre 1960 e 1964,  junto ao editor Massao Ohno, desenvolveram um estilo editorial próprio com o intuito de apresentar a produção poética do período em edições cuidadosamente ilustradas. Com publicações voltadas ao teatro, cinema, poesia e literatura, a iniciativa imprimiu ao meio editorial um selo próprio. Todos os projetos passavam pelo crivo e controle do seu editor em diálogo próximo com artistas como Hellmeister, João Suzuki, Acácio Assunção, Cyro del Nero e Wesley Duke Lee.

Como aponta Juliana Kase, "as casas editoras no Brasil dos anos 1960, período em que Massao Ohno iniciava sua carreira editorial, eram insuficientes para atender à demanda de produção que havia, além de estarem focadas em autores já consagrados. Massao entendeu, como sua principal missão, o apoio a escritores e poetas que não tinham espaço para divulgar suas obras."

 

Massao Ohno em foto de Marjorie Sonnenschein

A Coleção dos Novíssimos, dedicada a jovens autores, foi um projeto expoente da editora nesse período inicial. Com treze volumes produzidos na oficina de Massao, a coleção contava com a parceria de nomes como Manabu Mabe e seria um prenúncio da intenção do editor em mapear escritores inéditos. Dentre os nomes publicados pela coleção estavam Roberto Piva, Claudio Willer, Álvaro Alves de Faria, Carlos Felipe Moisés, Eduardo Alves da Costa e Eunice Arruda. Àquela altura, o jovem Massao Ohno tinha somente 24 anos.

 

Da série de publicações produzida ainda no final dos anos 1950, Pássaro na gaveta trouxe poemas de Roberto Schwarz, Lourival Gomes Machado e Sérgio Milliet. "Vários autores, em diferentes períodos, eram considerados impublicáveis, por motivos variados, mas ganharam espaço, aberto pelo trabalho do editor"1.

 

O sistema de distribuição da editora guardava pequenas proporções, fortemente amparado pelo círculo próximo dos autores. Em escala quase doméstica, além de aquisições diretas, a editora realizava um sistema de entregas a domicílio, com remessas mensais. 

 

 

A colaboração com artistas visuais expoentes marcou toda a trajetória da editora. Nomes como Aldemir Martins, Flávio de Carvalho, Arcangelo Ianelli, Tomie Ohtake, entre outros, integraram as publicações com imagens cedidas para capas e miolos. Além destes, figuras internacionais como Henri Matisse e Pablo Picasso também integraram o panteão de nomes da editora.

 

A reputação de Massao, em muitos casos, invertia a lógica das cessões, com autores procurando o editor para realizar trabalhos em parceria. O documentário apresentado traz alguns trechos dessa procura por parte dos artistas, cientes da sensibilidade visual de Massao para edição de suas imagens.

 

A partir de 1973, após um hiato na produção de Massao, suas publicações voltaram com um claro apelo à experimentação com formatos, papéis e imagens abarcando as mais prolíficas variações. Os livros de artista de Massao deixariam um legado único na produção editorial do período.

Still do documentário Editor por Editor (2018)


Reunião do documentário Editor por Editor (2018)

ENTREVISTA COM JULIANA KASE
DIRETORA DO DOCUMENTÁRIO EDITOR POR EDITOR

NPC: Como se deu sua aproximação com a produção do Massao? A partir de que momento surgiu a ideia de realização do documentário?

Frequentei Massao Ohno em seu apartamento/editora na Al. Ribeirão Preto em 2006 convidada a realizar gravações que nove anos mais tarde ganharam a forma do documentário Massao Ohno- Poesia Presente (Serena filmes, 2015). Em uma das últimas entrevistas, concomitantes à edição, com a fotógrafa Marjorie Sonnenschein, última companheira de Massao, mostrou caixas com material de trabalho do editor, que falecera em 2010. Material valiosíssimo levando em consideração o despojamento do editor que não guardou sequer um exemplar dos mil livros que prodigalizou, nem fez questão de documentar sua intensa atuação no meio cultural. Então, ainda muito envolvida com a visão poética e artística que Massao manifestava e por encontrar correspondência de um conceito de arte que eu perseguia em minha própria produção nas artes visuais, naturalmente surgiu o projeto do documentário Editor por Editor em 2016, que partiu da premissa da revelação do conteúdo dessas caixas, doadas pela família à Biblioteca Mário de Andrade, através da voz experiente do colega de atividade Jiro Takahashi.

 

NPC: Massao Ohno como artista-editor era alguém que cuidava e estava presente em todo o processo da publicação. Qual o seu legado, existiram outras editoras com esse mesmo pensamento?

Massao não somente estava presente em todo o processo como era o promotor deste processo. Convocava os autores e colaboradores que estivessem à sua volta para contribuir na criação do livro, benesse permitida pelo modo independente e artesanal de trabalho que desempenhava. Quando ele começou a publicar, reinavam as grandes editoras, que já possuíam sua cartela de autores, ou estavam atrás de apostas seguras, portanto, para um novato poeta de 20 anos de idade o mercado editorial era uma possibilidade remota. Havia alguns editores que precederam Massao em termos de projeto editorial cuidadoso sobretudo com o aspecto visual como José de Barros Martins, da Livraria Martins Editora, ou José Olympio, outros como Márcio Graciotti, da Editora Clube do Livro, inovaram em meios de arrecadar fundos para publicação, mas a insistência em autores novos e a novidade de autores conhecidos durante 50 anos de carreira, só Massao. Ele iniciou com os que lhe eram próximos e poderia facilmente ter migrado para editoras grandes ou agências de quem recebeu convites, mas resolveu se manter “nanico”* pois não abria mão de sua liberdade. Com o tempo, acho que percebeu a sua missão de continuar publicando o impublicável, ou seja, autores de algum talento que absolutamente não tinham espaço nas editoras, por serem debutantes ou diletantes ou pouco vendáveis. Massao investia a fundo perdido, pois enxergava a relevância da produção poética segundo parâmetros flexíveis, não estabelecia um rígido padrão de qualidade literária segundo seu próprio repertório onde tudo deveria se enquadrar, pelo contrário, dizia, “interessa a poesia em todos os níveis, porque é nos diversos níveis que ela vai sensibilizar as diversas pessoas.” Também entendia a importância do seu trabalho que poderia “determinar o florescimento de um talento”. Assim, pode-se dizer que ele tenha sido o precursor do que se vê comumente hoje: a publicação independente, que foi alavancada neste século pelas tecnologias digitais e meios de reprodução impressa caseiras.

A escritora Márcia Denser o chamou de “o derradeiro editor intelectual independente brasileiro”**. Considero que ele tenha sido este sujeito sui generis, grande intelectual que tinha humildade de se corresponder com o autor fosse este profissional ou amador, de fazer revisões e preparações de texto, de escolher imagens de artistas renomados ou desconhecidos e compô-las habilmente com estilete, régua, tesoura, cola bastão, durex e xerox, de pensar e se colocar no lugar do leitor, de convidar prefaciadores para autores novos, de ir à gráfica falar com técnicos, de escrever apresentações de obras, de fazer quantas provas fossem necessárias, de não dispensar as conversas de bar, enfim, de fazer do livro uma experiência completa, vivida.
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*faço referência à matéria intitulada O editor nanico que mudou o rosto dos nossos livros de Sergio Pinto de Almeida. Folha de São Paulo, Ilustrada, 15 de julho de 1978.

** No livro Criação Gráfica 70/90: um olhar sobre três décadas da Col. Cadernos de Pesquisa do CCSP, 2008, p.83.

 

NPC: Existia algum tipo de identidade da editora (sabemos que grandes editoras tendem a padronizar suas publicações)? Ainda que Massao entendesse que “cada livro é um livro”, conseguimos distinguir o seu trabalho por características específicas?

A marca da Massao Ohno Editor, é a sofisticação visual com materiais simples, o que a meu ver corresponde ao olhar provido de imenso repertório, vivências e sensibilidade adequados à realidade brasileira. Aí reside a convocação para o olhar atento e sem preconceitos do leitor, pois a aparência de um livro brochura, como foi grande parte da sua produção,  pode esconder uma obra de arte, em sentido amplo e profundo, para isso é preciso um olhar sem pré-conceitos. Vemos as variações nas fases de sua produção durante as cinco décadas de trabalho: nos anos 1960 havia uma pesquisa de materiais utilizando até papéis de algodão como Sete Cantos do Poeta para o Anjo de Hilda em 1962, nos anos 1970 há um experimentalismo de formatos, tendo Massao realizado inúmeros catálogos de exposições, material gráfico de galerias, livros de fotógrafos como é o belíssimo catálogo feito para o MASP de Pennachi e de Rebolo. Nos 1980 e 1990 os livros de formato pequenos ou comuns se tornaram frequentes, ao mesmo tempo que a quantidade de títulos cresceu enormemente, havia por vezes dez títulos por mês, Massao aproveitou as condições que as parcerias com instituições e grandes editoras como com a Civilização Brasileira lhe permitiam e promoveu extensivamente a poesia. Em sua obra, não há padrão editorial mas há uma concepção estética permanente, um estilo do autor, que se traduz no uso de elementos mínimos, na escolha de fontes clássicas, na eleição de cores e de imagens feita por artistas plásticos que surpreendem primeiras impressões ou ampliam o sentido do texto, na atenção minuciosa ao uso dos elementos gráficos como número de páginas ou colocação discreta do nome da editora de forma a sempre destacar a obra, na atenção à experiência da leitura pela ordenação do texto e pela quebra programada de cada página, no uso do branco do papel como elemento de composição, em suma, um estilo que tem vocação para atemporalidade pois não acompanha modismos e uma busca constante pela perfeição dentro das condições de publicação que encontrava.

 

Livros da Massao Ohno Editor publicados no começo dos 1960, acervo da Biblioteca Mário de Andrade

NPC: Massao teve algumas grandes parcerias com escritores e designers expoentes. Você poderia citar algumas? Há algum caso específico que você acha que tenha ganhado maior expressividade?

Artistas da literatura e das artes plásticas o amavam, todos queriam ser publicados por Massao pois sabiam que seu trabalho seria valorizado, não é à toa que artistas lhe davam carta branca e nunca cobraram direitos autorais, nem exigiam contratos. Havia muita correspondência afetiva e criativa de Massao com Tide Hellmeister, também foram próximos e presentes em diferentes momentos Manabu Mabe, Arcangelo Ianelli, Wesley Duke Lee, Amilcar de Castro, Aldemir Martins, Marjorie Sonnenschein, entre tantos. Massao também era apaixonado por Picasso e pelos desenhos a traço de Matisse, mesmo sem autorização os convocava, pois no seu entendimento a criação artística não tinha dono, pertencia à humanidade. Na literatura não tinha restrições, trabalhava dos concretos a poesia práxis, de poetas experientes como Olga Savary a escritores debutantes, foi antena para perceber a poesia de adolescentes e jovens como Roberto Piva, Claudio Willer, Carlos Felipe Moisés, Clóvis Beznos, Eunice Arruda, Eduardo Alves da Costa, que entre outros compuseram a geração dos Novíssimos, de grande importância tendo em vista o contexto provinciano e normativo predominante na São Paulo dos 1950 para os 60, e claro, Hilda Hilst, sua alma gêmea poética, a quem publicou ao longo de ambas carreiras, mesmo a fase “bandalheira” como a poeta mesma chamava, quando nenhum outro editor tinha coragem para tanto.

 

NPC: Como se deu a relação do Massao com a comunidade japonesa? Você acha possível identificar algum dado/traço de sua atuação com alguma especificidade de sua ascendência?

Massao passou a infância e adolescer completamente imerso na comunidade japonesa em São Paulo. Aí adquiriu muito do que veio a se desbobrar na sua estética, a destacar a vivência com as práticas de arte japonesas por sua mãe. Observando a primeira fase de produção, nos 1960, vemos que há uma imersão na cultura brasileira extra cultura nipônica, com exceção da obra Rashōmon e outros contos de Akutagawa Ryunosuke, traduzido por um amigo importante na sua relação com a cultura japonesa Antônio Nojiri e imagens de Mabe, com quem adorava conversar. A partir de 1989 Massao estabelece parceria com instituições nipo-brasileiras onde retoma com força a promoção e reflexão da sua cultura familiar e isso é frequente até o final da sua vida. É possível perceber o interesse do editor em difundir o haikai (haiku no Japão) entre autores e leitores brasileiros e nipo-brasileiros e registrar relatos da geração dos imigrantes vindos do Japão. Sob meu ponto de vista, a medida em que Massao publica livros nessa toada, há a compreensão do legado imaterial que a nossa cultura ancestral nos deixou, “as sementes de um sentimento poético eterno”, como dizia, trazido do país insular que rapidamente assimilou uma cultura e valores estrangeiros a partir da ocidentalização (iniciado no governo Meiji em 1868). Tenho a visão de Massao Ohno como um shokunin, que no Japão feudal condensava a figura do artista-artesão-mestre sem discriminação. O livro na tradição japonesa é arte, feita por artistas xilogravadores, por calígrafos, por artistas do papel artesanal e pela encadernação costurada. O objeto de contemplação que se pendura, que se observa apenas, que não se toca, que tem que ser conservado é uma tradição estrangeira, europeia. Massao não disse com palavras, mas com a sua produção que compreendia o livro enquanto arte.


NPC:  Dentre as publicações da editora, muitas traziam materiais inéditos. Você poderia contar um pouco mais sobre alguns desses materiais?
 

O material selecionado no documentário mostra o que é bom para Massao e o que é bom para o filme, ou seja, aquilo que revela o processo criativo e concepção de arte e vida de Massao e aquilo que compõe a narrativa com boa expressão audiovisual e acaba revelando a nossa concepção de arte e vida também. Um material que ficou de fora, mas que gostaria muito de ter incluído, é a história em torno do livro de Maria Isabel, como Massao chamava a autora. Não havia muito sobre o livro, um ou dois esboços preliminares de Massao para projeto gráfico e um projeto manuscrito e o mesmo datilografado. Não havia o nome completo da autora, nem título e não chegou a ser publicado por Massao, mais tarde ele foi publicado mas o que importava era o projeto. Nele Massao havia delineado sua apreciação crítica bastante pessoal do original, a maneira que o livro deveria ser feito, os cuidados a se tomar, e um levantamento de custos. Massao escrevia muito bem, saltava do individual para o contexto da realidade brasileira, aflorava no leitor a vontade de ler, se mostrava como sempre entusiasmado pela obra, descobria, aprendia algo, espelhava-se. O manuscrito sem retoques mostra lucidez no pensar, diz “(...) Não fora isso e tanto, Maria Isabel quanto eu já teríamos sucumbido. Para alegria de uns, muito pesar de outros. Por isso o nosso voto de fé, de esperança na condição humana, de crença na vida e de extremo amor ao semelhante. (...) Se e quando, terminada a leitura e fechado o livro, o leitor se perguntar: valeu? É tudo. Valeu, sim, muito, pois é uma leitura dadivosa, permanente e construtiva – num tempo de tantos desenganos, desídias e vitupérios. Mas sempre mundo. Vamos em frente todos, com muita fé e toda a esperança. Tempos melhores advirão logo mais.” Além deste, havia em meio aos materiais um papelzinho com anotação, do período que a grafia de Massao não estava firme como a de costume, dizia “Ignorando o rigor da estação/ despontou, hoje, um crisântemo branco/ geada no jardim. (sobre um crisântemo que floresce em pleno inverno). Haikai de Ryō Mizuno. †14 agosto 1951”. 

Convoco Hilda para comentar: “(...) acredito que só em situações extremas é que a poesia pode eclodir VIVA, EM VERDADE. Só em situações extremas é que interrogamos esse GRANDE OBSCURO que é Deus, com voracidade, desespero e poesia.”*

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*Texto introdutório da peça As Aves da Noite de Hilda Hilst, 1968

 

NPC:  Massao destacou-se entre muitas aptidões pela maneira como exercia seu ofício, acompanhando cada etapa do processo. Como você vê seu processo refletido em suas publicações?

Massao promovia todas as etapas do livro, em alguns designava pessoas hábeis e de sua confiança como o artista gráfico Ruy Pereira para algumas etapas. Massao formou muitos designers e editores, a paixão que ele tinha pela atividade, seu savoir faire e a maneira aberta de trabalhar acabava contagiando todos ao seu redor, foi um mestre sem querer sê-lo. A obra final mostra um cuidado editorial e uma sensibilidade dificilmente encontrada em produções de editoras maiores, onde o trabalho é desempenhado por diversos profissionais, com maior velocidade, frequentemente guiados por critérios ou objetivos mercadológicos. Para ver o processo de Massao a partir dos livros, é necessário acessá-los diretamente e dar-se tempo com a obra. Tudo nela aponta para esse esmero e para o modo como foi realizado pois foi profundamente vivido. Para mim, o que ocorreu após conviver com a obra de Massao, foi posteriormente pegar outros livros, e sem pretensão alguma de crítica, reparar nas suas falhas, nas suas fraquezas, o olho fica “mal acostumado” com o que é justo e bom.



Livro de Haikais de Marien Calixte, 1990, ao fundo livros igualmente da Massao Ohno Editor.


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notas:

1 KASE, Juliana. Massao Ohno / Só poeticamente / Se pode viver, Dissertação de Mestrado, FFLCH-USP. São Paulo, 2019.
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Para mais informações sobre o documentário e sua produção, acesse: 

https://www.facebook.com/editorporeditor/?tn-str=k*F